28.10.14

18ª Cultura Inglesa Festival




O trabalho “ Expedição botânica entre avenidas paulistanas ” proposto para o 18ª Edital Cultura Inglesa, parte da minha admiração, em duas importantes artistas naturalistas, ambas inglesas, Marianne North e Margareth Mee.
Amiga de Charles Darwin, Marianne, veio ao Brasil em 1872 pintar a paisagem e flora do Sudeste Brasileiro, registrando os últimos momentos dessa natureza, que era destruida frente ao desenvolvimento de cidades como São Paulo.  Ficava chocada com a indiferença dos brasileiros da época á preservação da floresta, que inclusive era tratada como algo a ser removido. 
Em 1956 quase cem anos depois, Margareth Mee, começa sua primeira expedição na Amazônia, uma jornada de 36 anos, que encerra com ela uma linhagem de artistas naturalistas, que incluem Rugendas, Debret, Thomas Ender, entre outros .
Com seu trabalho foi ativista pioneira na divulgação das questões de preservação da floresta.




Eu, Paulistano, imerso na paisagem de concreto de 2013, me proponho uma expedição  ao meu próprio habitat. Munido de aquarela e papel, registro orquídeas e bromélias, temas recorrentes na produção das duas, mas  agora amarradas com arames em troncos de árvore, coloridas artificialmente, vendidas em supermercados, e importadas de todas as floriculturas do planeta.
Imerso na atitude de North e Mee, me dedico ao registro desse “ecossistema”, idealizado e doméstico, revelando uma cadeia de produção e consumo de espécies hibridas produzidas como objetos de decoração, e que seja no jardim do vizinho, ou na hora de comprar o buquê de flores para a namorada, demonstra nossa percepção do mundo natural. 



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